Título de Cidadão Piauiense: Discurso na Assembléia Legislativa

(Nominar autoridades)

(Senhores Deputados)

(TV e Rádio)

(Colegas da imprensa)

(Servidores desta Casa Legislativa, os quais cumprimentos na pessoa da Coordenadora do Cerimonial Gislaine Lobão)


Meu querido irmão Nicodemos e minha querida cunhada Nelli.

Obrigado, por deixarem seus afazeres em Natal e Recife, e virem até aqui tornar este momento mais afetivo e emocionante.

Nic, você sabe que, desde criança, tenho a sua pessoa como um ícone.

Eu não pude escolher você como irmão, mas Deus foi muito sábio e bondoso na escolha.

Obrigado por você existir, meu irmão, meu amigo, meu conselheiro, meu incentivador.

Senhoras e senhores,

Este é um momento muito feliz na minha vida e que me traz à mente lindas, valiosas e inesquecíveis recordações.

Inicialmente, relembro meus laços familiares onde, no passado, o Piauí se fez presente.

Além de meu filho mais velho que nasceu em Fortaleza, atentem para o trocadilho: Com a empresária cearense Cleide Maria Moura Prata, tenho dois filhos piauienses; e com a psicóloga piauiense Maria das Dores Barros Beleza, tenho dois filhos cearenses.

Estão aqui, prestigiando este emocionante momento na vida do seu pai:

– Gamaliel Júnior, arquiteto, que, no distante ano de 1969, com apenas dois anos de idade, testemunhou o entusiasmo de seu pai ao aportar na aconchegante Cidade Verde para desenvolver um novo projeto de vida.

Na época, ganhou até um apelido afetuoso – Gaminha – criado pelo meu companheiro de Rotary, doutor Luiz Gonzaga Soares Viana, expoente da advocacia piauiense.

– Bidu, administrador de empresas e cantor – este é piauiense – afilhado de um dos homens mais inteligentes e preparados que conheci, o engenheiro, professor e – por que não dizer – cientista Carlos Burlamaqui da Silva. Cidadão leal e amigo, a quem devo muito da minha trajetória profissional.

– Luis Antônio, empresário em Boa Vista, Roraima – também piauiense – afilhado de um dos homens mais simples e prestativo que conheci, o advogado Benedito da Rocha Freitas Filho.

– Esdras, bacharel em Ciência da Computação, cujo nome lembra, de imediato, o renomado escritor piauiense, nascido em Teresina, Esdras do Nascimento, Mestre em Comunicação e Doutor em Letras.

Por motivo superior, o meu filho Álvaro aqui não pode comparecer.

Mas, ao citá-lo, rendo homenagem ao seu padrinho Roberto de Siqueira Ferreira Leite, ex-presidente da Telepisa, homem prático, pró-ativo, decidido, justo e humano e com quem eu tive a feliz oportunidade de trabalhar e muito aprender.

Cito, agora, meus afilhados piauienses:

-A renomada cantora Virna Lisi, filha de meus compadres Auzair e José Luís, a qual herdou o talento artístico de seu pai e de seu avô, o saudoso maestro e professor, coronel Luiz Santos; e

– O competente Policial Federal, o Jonilson, filho de meus compadres Jony e Rita Araújo, ela minha colega de Rádio Pioneira (tempo memorável!), naquela época sob a presidência do bem sucedido empresário Jesus Elias Tajra, assessorado pelo doutor Otevaldo Nascimento.

E, nos dias atuais, quis o meu destino, evidentemente traçado por Deus, que eu fosse encontrar novos laços familiares e afetivos na querida cidade de Teresina,

Aqui residem, há muitos anos, o conceituado homem de negócios Raimundo Nonato Silva e sua esposa Clymene Vilar, com muita honra minha cunhada.

Eles são genitores da psicóloga Gabriela; da fisioterapeuta Izabela, casada com o professor Marcos; do jornalista Cliff Vilar, casada com a administradora de empresa Ana Carolina, ele atualmente diretor do jornal O Povo, em Fortaleza; e do meritíssimo juiz Tibério Vilar, casado com a advogada Daniele, aqui presentes.

Cito, também, os parentes da família, também residentes em Teresina: o conceituado médico oftalmologista Francisco Vilar e sua esposa, a administradora de empresas Raquel; a empresaria Maria Helena; e o ilustre médico-veterinário Valdemar Vilar, esposo da assistente social Zita Vilar, minha colega dos tempos de Telepisa.

Pois bem. A Clymene Vilar é filha da cidade do Crato, o Cratinho de Açúcar como é conhecido no Ceará, onde, há três anos, fui conhecer sua irmã, companheira do Rotary e que se tornou, sob às bênçãos de Deus, a companheira do meu coração.

Refiro-me à pedagoga Regina Vilar que, hoje, como eu bem disse na terceira edição do meu livro Comunique-se Primeiro com Você: “Em nome do amor, aceita-me como eu sou, incentiva-me nos meus sonhos e quer me ver feliz”.

Eu diria que ao lado dessa mulher de vibra, cativante e maravilhosa, eu estou vivendo – às vésperas de meus setenta anos – a idade de uma nova, esplêndida e irrequieta juventude.

Senhoras e senhores,

Uma das grandes paixões da minha vida é o trem.

Ainda criança, no bairro Quilômetro Oito, em Fortaleza, eu ficava a admirar os comboios que passavam rumo Crato.

Convido, então, a todos para me acompanharem numa viagem sentimental ao passado, como passageiros do trem piauense da minha vida…

Agosto de 1969.

A primeira estação foi o Escritório da Sudene, em Teresina, onde sou recebido pelo seu chefe, doutor Vicente Câmara, e por um homem culto e santo: o padre Raimundo José Airemorais Soares, diretor da Faculdade Católica de Filosofia.

Sob a sua liderança e convivendo com a simplicidade de um verdadeiro sábio, trabalhei durante três anos, tendo estruturado coordenado e lecionado no Curso Pré-Vestibular de Matemática e Física, experiência vitoriosa, embrião do Instituto de Ciências Exatas e da Natureza da Universidade Federal do Piauí.

Foi ali, na Fafi, situada na aconchegante praça Saraiva, espaço inspirador dos versos de uma minha canção, que conheci o eminente mestre Manoel Paulo Nunes que viria a se tornar um dos meus maiores amigos e conselheiros.

Foi ali, na Fafi, que conheci o admirável Joaquim Homem Bom, aqui presente, personagem de histórias hilariantes.

Na mesma época, apesar das atribuições como educador, lá estava eu como noticiarista da Rádio Difusora, atendendo convite formulado pelo saudoso doutor José Lopes dos Santos.

Recordo o programa “Na Trilha do Desenvolvimento”, produzido e apresentado por mim e por meu colega economista Homero Castelo Branco Neto, cuja presença nesta casa, como deputado, é motivo de muito orgulho para o poder legislativo piauiense.

Simultaneamente, naquele tempo, passava eu a integrar o Rotary Club de Teresina-Norte, tendo como padrinho o capitão do Exército Antônio Freitas, irmão do desembargador Paulo Freitas, decano do Colégio de Governadores do Rotary.

No Rotary Club de Teresina-Norte, onde cheguei a presidente, fiz sólidas amizades, entre as quais o meu afilhado Otávio Alves Bezerra, amigo das horas difíceis e cuja presença nesta solenidade muito me engrandece.

É muita honra poder dizer, como rotariano – hoje liderado pelo ilustre governador piauiense Pedro Augusto Martins – que sou companheiro do corretíssimo prefeito de Teresina Elmano Férrer de Almeida, meu amigo-irmão aqui presente, e do líder político deputado Antônio Uchoa, mentor desta dignificante homenagem.

Da mesma época em que ingressei no Rotary, relembro os bons momentos no Círculo Militar de Teresina, quando assumi a editoria do jornal “O Mensageiro”, recomendado por meus colegas de Exército na Escola Preparatória de Fortaleza, à frente o hoje coronel Ildeval Mariano de Lima que me acolheu como hóspede em sua residência, nas primeiras semanas de adaptação em terras piauienses.

E, foi no Círculo Militar, à beira da piscina, que fui apresentado ao saudoso deputado Alberto Monteiro de quem me tornei amigo e, depois, de seu filho Fernando Monteiro que, hoje, neste Parlamento, honra o aprendizado político que herdou de seu querido pai.

Vamos, agora a uma nova estação: a Companhia de Desenvolvimento Rodoviário do Piauí que ajudei a estruturar e fui o seu primeiro diretor financeiro, atendendo convocação daquele filho querido de Parnaíba, um homem à frente do seu tempo, e que, a esta hora, no Andar de Cima, deve estar desenvolvendo seus surpreendentes e corajosos projetos. Refiro-me ao governador Alberto Silva.

Na Coderpi, convivi com um homem organizado por excelência, entusiasta de seu trabalho: o saudoso engenheiro Sigefredo Pacheco Sobrinho.

Aprendi muito com o Sigefredo, como aprendi muito com a Solimar Barbosa. Embora sendo eu economista e seu chefe, ela foi minha grande professora de contabilidade.

Ali, na Coderpi, passei a privar da amizade dos advogados Segisnando Alencar e Sebastião Leal Júnior,hoje valioso parlamentar desta Casa.

Ambos, herdaram a singeleza de seus pais Valter Alencar e Sebastião Leal que conheci como vice-governador do Estado.

Simultaneamente àquela minha missão como economista, fui convidado por um homem de bem, simples mais destemido, o jurista doutor Valter Alencar, para ser o primeiro apresentador do segmento local do Jornal Nacional, na TV Clube de Teresina.

Naquela época, recebi um desafio do então comandante da Polícia Militar do Piauí, coronel Canuto Tupi Caldas, para compor a letra do hino desta heróica e briosa corporação.

Prezado comandante, coronel Prado: Deus ajudou-me na inspiração dos versos, que foram enriquecidos pelos acordes do querido capitão Simplício de Moraes Cunha.

E cada dia que passa, meu coração experimenta uma grande emoção em saber que não só a tropa, mas o povo piauiense se enche de orgulho ao afirmar:

“Avante, ó Polícia Militar,

Exemplo de um povo varonil,

Que fez em Jenipapo ecoar,

O Piauí na independência do Brasil”.

E, pelos trilhos da vida, em território piauiense, uma nova parada marcou minha viagem, graças a referências feitas pelo grande amigo, já citado, professor, maestro e coronel Luiz Santos.

Ali estava eu como assessor da Secretaria do Trabalho e Promoção Social, onde assumi o programa de prevenção e terapêutica do menor-problema social, a convite do titular da pasta, o dinâmico, idealista e corajoso professor, ex-vereador de Teresina e presidente da Câmara Municipal, José Luiz Castro Aguiar.

Para cumprir essa difícil missão, não reconhecida por muitos, contei com o valioso apoio do coronel PM Raimundo Camelo de Vasconcelos, hoje residente em Fortaleza, exemplo de militar abnegado, vibrador, disciplinado e meu conselheiro nas horas de incertezas.

Também, ao meu lado, o competente, honesto e criterioso contador Enoque Barbosa da Silva, aqui presente, que me dava tranquilidade no manuseio dos recursos públicos do programa.

Merecidamente, meu dileto amigo Enoque é hoje secretário de Finanças de São Gonçalo do Piauí aonde sua competência e seriedade profissional vêm lhe qualificando como uma das emergentes lideranças políticas daquele município.

Senhoras e senhores,

Com o mesmo entusiasmo do primeiro momento, chego à ultima estação alcançada pelo trem da minha vida piauiense.

A convite do capitão Paulo de Araújo Rego, seu presidente, a Telepisa me recebia como seu primeiro assessor de Relações Públicas.

Foi uma experiência inesquecível, numa empresa de padrão internacional.

Sempre considerei minha passagem por lá, como uma autêntica pós-graduação.

Some-se a isso, os amigos que lá conquistei, muitos dos quais aqui estão, prestigiando-me neste momento ímpar da minha vida, convocados que foram por um outro amigo-irmão, o economista Rosemiro Robinson da Costa, meu embaixador no Piauí, uma criatura impregnada de lealdade e solicitude.

O Rosemiro, ao lado da sua Enildes, é uma das provas incontestes que “um amigo é uma obra prima da Natureza”.

Senhoras e senhores,

Minha grande viagem sentimental, em terras piauienses, prossegue hoje quando o trem volta aos trilhos e escolhe um novo destino que eu chamaria de “estação da democracia”.

Eis-me aqui, na Assembléia Legislativa do Estado do Piauí onde, modéstia à parte, sinto-me em casa, haja vista a minha convivência com a Assembléia Legislativa do Estado do Ceará onde sou mestre de cerimônias.

E para encher de mais felicidade o meu coração, Deus achou por bem colocar juntos, nesta solenidade tão significativa para mim, dois deputados que embora tenham origens diferentes, muito têm em comum: Antônio Uchoa e Francisco Caminha.

Primeiramente, ambos são meus amigos e companheiros rotarianos.

Ambos já me deram provas de confiança, coragem, competência e determinação.

O deputado Francisco Caminha, como segundo vice-presidente do Poder Legislativo cearense, eu diria que é o porta-voz dos meus anseios junto à mesa Diretora daquela augusta Casa.

Seu desempenho como vereador de Fortaleza o credenciou para ser um dos mais atuantes e respeitados deputado do Estado do Ceará, preparando-se para alçar um vôo mais alto com destino à Câmara dos Deputados, em Brasília.

Sua Excelência, não só como parlamentar, mas como presidente da Universidade do Parlamento Cearense, é um grande incentivador de meus projetos culturais, a exemplo do meu livro “Comunique-se Primeiro com Você”, já circulando em terceira edição.

A prova desta amizade hoje se comprova, quando o deputado Francisco Caminha fez questão de vir até aqui, representando a Assembléia Legislativa do Estado do Ceará, hoje presidida com maestria pelo Senhor Deputado Domingos Filho, e compartilhar das minha emoções.

Senhor Deputado Antônio Uchoa,

Sempre quando falo em Vossa Excelência, evidencio a sua simplicidade ao lado de Rosane.

Simplicidade que se originou lá na sua pequenina Torre, no município de Pedro II, como filho querido de seu Thomaz e dona Francisca.

Sempre que falo em Vossa Excelência, deputado Antônio Uchoa, ressalto a sua inteligência, evidenciada no tempo recorde de menos de quatro anos em que o ilustre parlamentar cursou, simultaneamente, Engenharia Elétrica e Engenharia Eletrônica na Universidade Federal de Pernambuco

Sempre que falo em Vossa Excelência, deputado Antônio Uchoa, falo na sua sensibilidade artística sedimentada no curso superior de Música na Universidade Federal do Piauí.

Quem tem a música na alma, cultiva o sentimento do perdão e produz mais amor no coração.

Sempre que falo em Vossa Excelência, deputado Antônio Uchoa, falo, também, da responsabilidade social que guia seus passos como engenheiro eletricista.

Basta lembrar que nesses últimos trinta anos, mais de 50 mil pessoas, a grande maioria de famílias simples do interior piauiense, receberam energia elétrica em suas casas, graças à sua visão humanística voltada para a eletrificação rural.

Sempre que falo em Vossa Excelência, deputado Antônio Uchoa, recordo o tempo em que lhe conheci como Governador do Rotary e que de logo aprendi a admirar por sua coragem na tomada de decisões, mantendo-se, sempre, justo e imparcial, defensor intransigente da verdade.

Senhoras e senhores,

Outro filho querido de Parnaíba, o governador do Rotary Jimmy Clark Nunes, uma vez me ouvindo cantar num final de pronunciamento em São Luis do Maranhão, me aconselhou: “Gamaliel, sempre que possível, cante no final de seu discurso. Quem ouvir, vai gostar”.

Não sei se o doutor Jimmy tem razão ou queria, como amigo, apenas me agradar.

Mas, mesmo assim, vou seguir o seu conselho.

Para isso, peço ao Senhor Presidente para quebrar o protocolo.


Amanhã do Adeus à Teresina


(Declamando)


Diz o dito popular

“Quem bebe do Parnaíba

Nunca mais pensa em partir”

Prefere ficar aqui

Andar pelo sertão,

Campo Maior, Piripiri,

Os banhos no Caldeirão.

Viver como criança:

Passear em Floriano

Conhecer Boa Esperança.

E como pede o coração

Olhar o cair da tarde

Na praia da Amarração.


É… e a saudade vai chegando

Chegando, chegando…

E eu chorando, chorando, chorando…

Piauí, Piauí,

Por que tenho que partir?


(Cantando)


Sei que um dia eu vou embora

Mas peço a Deus para voltar

Aí, então, matarei a saudade

Desta gente, deste lugar.

Teresina, hospitaleira,

O “Velho Monge” tranqüilo a correr

Com seus remeiros felizes cantando

A alegria de viver.

Quero, também, ir à praça Saraiva

Sentar num banco à sombra e sonhar

Com este tempo feliz do presente

Passando ao passado para não mais passar.

E, à noite, na Piçarra ou Vermelha,

Do seresteiro e o seu violão

Quero ouvir numa rua deserta

Os acordes desta canção

Triste, depois, partirei pra bem longe

Bem longe dos campos,

Bem longe daqui,

Ficando comigo eterna saudade

Saudade que eu levo

Do meu Piauí.

(Nominar autoridades)


Excelentíssimo Senhor Deputado Antônio Uchoa:

Aprendi muito cedo com Antístines, filósofo grego, que “o reconhecimento é a memória do coração”.

Obrigado, a Vossa Excelencência e a seus pares, por me oficializar como filho do meu querido Piauí.

Muito obrigado.




Deixe um comentário