Colégio 7 de Setembro comemora 76 anos (1)

Na condição de mestre de cerimônias da Assembléia Legislativa do Estado do Ceará, estarei dia 6 de setembro, às 19 horas, no Plenário 13 de Maio, conduzindo sessão solene em que aquela Casa estará homenageando o Colégio 7 de Setembro pelo transcurso de seu 76º aniversário de fundação.

Para mim será uma honra, pois estudei no então Ginásio 7 de Setembro, retornando, depois, para lecionar Matemática. E para reforçar, mais ainda, os laços que me unem àquele tradicional educandário, sou irmão de ex-aluno (Nicodemos) e pai de três ex-alunos: Gamaliel Júnior, Esdras e Álvaro, este último – que orgulho! – professor no Curso de Publicidade da Faculdade 7 de Setembro (FA7). Sem esquecer os sobrinhos Luiz José e Dora Alzira Teixeira e os primos Ripardo que lá estudaram.

Aproveito, então, a oportunidade para transcrever o artigo que se segue, produzido por mim em 1975, quando residia em Teresina, e que, foi publicado nos jornais O Estado, da capital piauiense, e Tribuna do Ceará, de Fortaleza. Em 1985, foi inserido no livro Edilson Brasil Soárez – Um Marco na Educação, de autoria do doutor Ednilo Gomes de Soárez.

Evidentemente, que o título do artigo foi inspirado na linda e comovente composição Naquela Mesa, de Sérgio Bittencourt.

No “meu” colégio está faltando ele

Este ano não tive coragem de ver o “meu” colégio desfilar. Nem de participar, como fazia tempos atrás – quer como aluno, quer como, depois, seu mais humilde professor – das festas de seu aniversário. A ausência do diretor amigo que, obedecendo, aprendi a admirar em longo período de minha infância e juventude, ter-me-ia, com certeza, ocasionado um vazio que o soar dos tambores e o toque dos clarins não conseguiriam preencher, proibindo-me, conseqüentemente, de experimentar a gostosa sensação de estar novamente no meio da tropa, vibrando com a juventude, revivendo os anos 50 quando pisava, orgulhosamente, os paralelepípedos da avenida Duque de Caxias, em Fortaleza.

Vem-me, agora, da mesma época, outra recordação. Após o desfile estudantil, a tarde nos reservava um compromisso obrigatório no local de sempre: auditório da PRE-9, no Edifício Pajeú. Era o programa oficial com que o “meu” colégio apagava, todos os anos, mais uma velinha de serviços prestados à educação no Ceará.

E ouço, como se fosse hoje, João Ramos ou Narcélio Limaverde, pausadamente propagar “para os céus livres” aquela frase que enchia de orgulho a todos os que já tinham ou estavam passando pelos bancos escolares do velho educandário da Avenida Imperador: “No futuro, quando se escrever a história da educação cearense, uma página de ouro estará reservada ao Ginásio 7 de Setembro…”

Para satisfação minha, anos depois, já na vida profissional – professor do “meu” colégio e radialista – fui eu mesmo quem ocupou, orgulhosamente, aquele microfone famoso para ler a mesma frase, cujas palavras eram cortadas pelos da realidade de um sonho alimentado durante longos anos: o de estar naquele local, sentindo a sensação de propagar de viva voz uma frase que vinha do coração.

Desculpem-me, dona Nila, Helder Medeiros, mestres Chaves e Edmilson: este ano não tive coragem de ver “meu” Colégio desfilar (deixem-me que o chame assim: ele foi decisivo em minha vida). Faltar-me-ia a presença do velho chefe, correndo, ajeitando os óculos, gesticulando com os ombros, falando de Pátria, ensinando-nos a amar mais o Brasil.

Daquela maneira que só um Edilson Brasil Soárez sabia ensinar…

 

 

1 comentário em “Colégio 7 de Setembro comemora 76 anos (1)”

  1. Meu prezado Gama
    Irmanado pelo mesmo sentimento que o levou a escrever esta crônica também registro a minha admiração por tão eminente EDUCADOR. Sempre à frente, olhando para o futuro, mas com os pés na realidade, Dr Edilson foi um homem nascido antes de seu tempo. Hoje aos 80 anos posso aquilatar, com propriedade, tudo que nos idos de 50 procurava com denodo nos transmitir.

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