Liderança e humildade

 

Pierre Weil definiu em seu livro Relações humanas na família e no trabalho que “líder é todo o indivíduo que, graças à sua personalidade, dirige um grupo social, com a participação espontânea dos seus membros”. Esta definição, exposta pelo respeitável mestre há algumas dezenas de anos, ao falar em espontaneidade, deixava claro que, se houver coação, prepotência, não há liderança.

Sendo assim, o saudoso educador e psicólogo francês que residiu no Brasil já evidenciava nas entrelinhas de sua enunciação o ingrediente humildade, ou seja, a virtude do líder em distinguir as suas próprias deficiências e buscar removê-las sem menosprezar o próximo.

A humildade identifica-se, também, no “saber ouvir”. Aquele ou aquela que não ouve não é líder. Como é que se pode aferir a capacidade, o potencial de seus liderados, sem conhecer suas ideias, suas angústias, seus sentimentos? Ouvir é uma arte e o líder tem que ser um artista no sentido nato da palavra, no caso um artífice da comunicação que saiba, inclusive, ouvir os sentimentos oriundos da alma de seus colaboradores.

Dentro deste contexto, os detentores de cargo de mando têm de deixar de serem controladores das ações de seus subordinados para serem líderes de seus colaboradores. Para isso, é preciso colocar amor no que faz, doar-se em prol do crescimento de todos, buscando motivar e provocar a equipe no objetivo primordial de crescer e desenvolver.

O autêntico líder é o que forma líderes e para isto ele tem que ser possuidor de “humildade pedagógica”, pois é ensinando que se consolida o próprio saber. Ao mesmo tempo, a abertura para o desejo de aprender é primordial. Feliz aquele que se sente um eterno aprendiz.

O líder deve ser, ainda, uma pessoa com alta resiliência, ou seja, capaz de remover obstáculos, suportar a pressões e ter habilidade de ajustar-se a mudanças, e, sobretudo, humildade para aceitar novas experiências e enfrentar novos desafios.

Finalmente, ilustrando este nosso ponto de vista, transcrevo texto que me enviou o respeitável general do Exército, o cearense Francisco Batista Torres de Melo: “O HOMEM SUPERIOR é cheio de amor e de humildade; o HOMEM MEDÍOCRE é vaidoso, julga-se superior ao seu semelhante e faz questão de se mostrar inteligente”.

O verdadeiro líder é, pois, um ser superior que merece reverência e admiração.

 

 

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