Agerson Tabosa

Sala de aula da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal do Ceará, início da década de sessenta. Antes de iniciar a primeira prova da cadeira de Sociologia, o abnegado professor fez uma preleção aos seus alunos. Em suas palavras, discorreu, com entusiasmo e convicção, sobre a importância que o estudante tinha de cumprir um código de ética principalmente naquele momento, ou seja, de não apelar para meios ilícitos na busca de uma melhor nota em seu teste de aprendizagem. Alertava, assim, que tudo na vida “depende dos primeiros passos” quando, precisamente, se fundamentam os princípios morais da personalidade. E foi, com aquela marcante lição de vida, que comecei, ainda jovem, a admirar a lisura de caráter e a dimensão moral do comportamento do saudoso professor Agerson Tabosa.

Com o passar dos anos, nos reencontramos no Rotary onde, em 1984/1985, ele ocupou a governadoria do Distrito 4490 que engloba os Estados do Ceará, Piauí e Maranhão, mesmo cargo que ocupei em 2004/2005. Desnecessário seria dizer que, quando daquela honrosa missão, tive em Agerson Tabosa um devotado colaborador e excelente conselheiro. Era impressionante como a firmeza de seus ensinamentos me transmitia segurança e tranquilidade.

Lembro, ainda, que, quando fui convidado pelo respeitável mestre para conduzir a solenidade de lançamento de seu tratado sobre Direito Romano, neguei-me a receber qualquer remuneração numa deferência ao ex-professor, amigo e companheiro rotariano o que ele, com a veemência que lhe era peculiar, não aceitou, afirmando que eu estava ali como profissional. Senso de justiça era, também, uma marca indelével de Agerson Tabosa, o professor-padrão, título que lhe foi outorgado, em boa hora, pela OAB-Ceará.

O querido filho de Itapajé e, merecidamente, cidadão honorário de Fortaleza, integrava, pois, uma plêiade de homens onde pontificam o respeito, a cultura, a inteligência, a seriedade e a ética, harmonizados, admiravelmente, pelo humanitarismo, simplicidade e prestabilidade que identificam os verdadeiros líderes.

Em qualquer área do Direito, o ilustre e inolvidável companheiro rotariano, com certeza, iria sobressair-se com a sua apreciável sapiência, mas, como que cumprindo uma missão divina, preferiu ser, com patente abnegação, a exemplo de sua querida Maria Vital, um “modelador de almas”. Que o digam as gerações que, na UFC, Unifor e FA7, desfrutaram do privilégio de ter tido aquele mestre em Ciência Política e doutor em Direito como seu exímio professor.

No Rotary, para termos sempre Agerson Tabosa de nosso lado basta tão somente que reverenciemos a Prova Quádrupla: “É a VERDADE?; É JUSTO para todos os interessados?; Criará BOA VONTADE e MELHORES AMIZADES?; Será BENÉFICO para todos os interessados?”

Será, com certeza, uma maneira esplêndida de evocarmos a figura ímpar do pranteado educador que, desse modo, da Casa do Pai, continuará, com o calor de suas emoções, a ensinar-nos os ditames da ética, da justiça, da moral e do respeito ao próximo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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